"Nada na natureza pode nos atingir quando somos felizes e vivemos em harmonia." (Edward Bach)

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

AONDE ESTÃO TUAS LÁGRIMAS?

Comumente nos é passada a idéia de que devemos sorrir, rir e gargalhar o tempo todo. Movimentos deste tipo seriam sinônimos de harmonia, alegria e realização...

Será mesmo?

O ser humano é um todo indivisível, composto de espírito, mente, emoção, bioenergia e fisicalidade. Por vezes, todos nós sofremos desajustes em um destes âmbitos, que reverberam para todos os outros. Surge o que a medicina ortodoxa fala, de forma muito artificial, ser o "estresse". E esta tensão tem de ser processada de alguma forma, correto? Geralmente, nestes momentos surge algum bordão dos adeptos da "ditadura da alegria": Por que estás assim? Tens que sorrir!

Mas as pessoas não têm o direito de vivenciar seus ânimos da melhor forma que lhes aprouver? As pessoas, portanto, não teriam direito também às lágrimas?

O nosso organismo - em sua constituição holística - sempre encontra alguma forma natural de fazer a catarse das suas desarmonias. E esta catarse nem sempre necessitará de gargalhadas, mas, muitas vezes, se não a maioria delas, de lágrimas.

As lágrimas não são sinônimo de tristeza, são simplesmente um mecanismo de purificação profunda divinamente instalado em cada indivíduo. Podem veicular qualquer tipo de excesso emocional acumulado, por exemplo. E a pressão social pelo sorriso em detrimento da lágrima, parece alimentar mais ainda estas emoções acumuladas. Quando a pessoa, ao invés de saciar sua vontade de chorar, ri socialmente, passa a ter dois problemas: a tensão inicial e a falsidade consigo e com os outros através de uma postura mentirosa. Angústia encoberta é angústia em dobro. E aí começam a aparecer, inclusive, psicossomatizações nos nossos corpos físicos, que vão ser quase sempre medicadas com remédios artificias, inibindo o potencial de cura natural que possuímos.

No último sábado, dia 28 de janeiro, angustiado por problemas pessoais, me parecia ter algo trancado na garganta, como se me apertassem o pescoço. Resolvi fazer a seguinte meditação, que durou em torno de dez minutos: fixei o olhar num ponto na parede, com as mãos formando o mudra da meditação, e praticamente não pisquei durante todo o processo. Depois de um tempo, pela falta de piscar os olhos, naturalmente as lágrimas começaram a cair, primeiro somente algumas e depois de forma abundante. Algo semelhante à meditação denominada Trataka.


Mudra para Meditação

Quem estava na volta, achou que eu estava chorando, me cutucou, botou a cara na minha frente para ver se me mexia, mas nada me trouxe de volta do estado de meditação, que aprofundava a cada lágrima. Pouco a pouco, aquele peso interno que estava sentindo o dia todo e também o engasgo na garganta sumiram completamente.
Quando senti que havia me harmonizado totalmente, retornei da meditação, e permaneci num Estado de Graça e plenitude pelo resto do dia. E isto não significa estar nem depressivo nem explodindo de alegria, mas, sim, estar na Neutralidade.
Fiquei tão impressionado com os efeitos desta meditação, que não poderia deixar de fazer este post para estimular todos à mesma possibilidade.


Se resta alguma dúvida, reforço que não faço aqui apologia à tristeza, tampouco ao choro compulsivo. Faço apologia aos mecanismos terapêuticos naturais e inatos que temos. Usemo-os, portanto, sem hipocrisias e necessidade de sustentar máscaras sociais.

Por fim, fica a pergunta:
Já deixaste as lágrimas te lavarem hoje?

PAX ET LUX!

Um comentário:

  1. CHORAR É A UNICA COISA QUE ALIVIA, QUE TE DESPRENDE DO SENTIMENTO, DE CULPA, OU DE DOR, ANGUSTIA! QUAL FOR O PROBLEMA, CHORAR POR ALEGRIA É MAIS EMOCIONANTE AINDA, AS LAGRIMAS ROLAM, POR ALEGRIA EMOÇÃO, MAS AGORA QUANDO EU ESTIVER ANGUSTIADA VOU SEGUIR.. O QUE EU LI AI EM CIMA ;) SHOW DE BOLA!

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